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Parentalidade

Equipa da Casa de Acolhimento Residencial de Bicesse

A parentalidade é normalmente entendida como um conjunto de funções e atividades que cabem ao pai e à mãe, ou outro cuidador, de uma criança ou jovem ou até adulto. Mas engloba muito mais que isso ou pelo menos implica uma dimensão muito maior que essa.

A parentalidade, ou seja, ser mãe ou ser pai implica assegurar todos os cuidados essencias ao bem-estar físico e emocional dos nossos filhos, mas envolve também fazê-lo com a consciência de que esta é uma tarefa bastante desafiante e transformadora e de que não é algo estático, é um processo. É um processo que se desenvolve e transforma ao longo do ciclo de vida conforme as necessidades e características dos nossos filhos, mas também consoante a influência de múltiplos outros fatores.

Assim, a parentalidade é influenciada também pelo meio que nos rodeia – contextos em que estamos inseridos, recursos disponíveis, outras figuras signifcativas para os pais e os filhos – bem como pela ideia de parentalidade que os pais têm integrada em si – segundo crenças, valores –, pelas suas próprias experiências enquanto filhos ou até pela sua relação com o outro progenitor. E esta é uma parte, muitas vezes, negligenciada. E é também, muitas vezes, a mais desafiante e impactante tanto nos pais como nos filhos.

Felizmente, cada vez se reconhece mais a importância de se olhar para a parentalidade como um um processo aprendido, tendo em conta que cada vez também se exige mais dos pais (porque também se exige muito dos filhos). As expetativas e pressão que recai sobre eles tem vindo a crescer ao longo dos anos, com um número crescente de estímulos à nossa volta cujo intuito é o de melhorar os pais e mães dos nossos tempos.

Que desafios podemos, então, encontrar à parentalidade nos dias de hoje?

O desafiante equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profssional, a vida tecnológica à nossa volta, o ritmo de vida acelerado, os estímulos que existem cada vez mais “à luz do dia” à volta dos nossos filhos e que os colocam em risco, a sobrecarga de informação sobre como ser “bom pai” ou “boa mãe”, o contexto económico atual que aumenta os níveis de stress das famílias, a ideia cada vez mais difundida de positividade (tóxica), de felicidade e sucesso, entre outros que tão bem, ou melhor que eu, saberão enumerar.

 

Assim, como poderemos ajudar os pais no exercício da sua parentalidade?

É fundamental reforçar a importância do autocuidado dos pais, desconstruir mitos e crenças associados à parentalidade, constituirmo-nos como uma rede de apoio sólida e previsível para os pais à nossa volta ou reforçar a importância de gerir o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Termino com a ideia de que a parentalidade é uma processo rico e imenso, em constante desenvolvimento, coberto de luz e centralidade na vida de qualquer criança e, consequentemente, da nossa sociedade.

As Aldeias de Crianças SOS são a maior organização do mundo a apoiar crianças e jovens em perigo ou em risco de perder o cuidado parental.
 

Acredite num mundo onde todas as crianças crescem em amor e segurança. 

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