#Direitos Humanos e Solidariedade

Uma Reflexão sobre Direitos

CAFAP Vila Nova de Gaia

Os Direitos Humanos são inatos e universais: existem para TODOS desde a nossa existência. É importante conhecê-los. Nesse sentido, deixamos o convite a (re)descobri-los em família ou entre amigos.

Uma abordagem simples do conceito de “Direitos Humanos” remete-nos para palavras como proteção e dignidade humana. A proteção universal da dignidade humana foi pela primeira vez estabelecida através da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este documento marcante na história, baseado na liberdade, igualdade e solidariedade, foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. Não terá sido apenas uma coincidência que um ano depois, em 1949, o Sr. Hermann Gmeiner tenha criado a primeira Aldeia de Crianças SOS, precisamente com o objetivo de garantir a proteção e uma vida mais digna para as crianças e famílias.

Passados 75 anos desde a concretização desta Declaração, ainda existem (demasiados) seres humanos que continuam a não ser respeitados nos seus direitos. Lamentavelmente, diariamente somos confrontados com notícias de conflitos e situações de desproteção da integridade física, psíquica e moral das pessoas. Da mesma forma a garantia dos direitos sociais, económicos e culturais ainda fica aquém do desejável mesmo nos países mais desenvolvidos. O fortalecimento do bem-estar social implica a garantia de oportunidades iguais a todos os cidadãos e a possibilidade de uma vida digna, como direitos fundamentais como o acesso à saúde, à educação, à habitação, ao trabalho, ao lazer, entre outros. O ideal da solidariedade defendido na Declaração dos Direitos Humanos remete para a proteção de grupos sociais mais vulneráveis. Estes direitos impõem a obrigação do seu cumprimento pelos estados, como é o caso de Portugal e que constam dos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa.

Também o direito à participação e ao exercício de uma cidadania plena são direitos apenas em alguns estados. O conceito de cidadania associado à participação ativa na sua vida e na comunidade está relacionado com o direito a exercermos os nossos direitos mas também os nossos deveres através do diálogo e do respeito pelo outro. Os direitos pressupõem deveres, a liberdade de uma pessoa tem (ou deveria ter) como limite a liberdade da outra pessoa. Se eu tenho o direito de usufruir de uma praia limpa e agradável não terei o dever de a deixar limpa quando sair?

Falar de direitos humanos é falar de cidadania mas também de solidariedade. Conhecemos a solidariedade como uma ação que promove o bem-estar do outro. Afastar-se-á certamentos de ações egoístas e autoritárias. Centrar-se-á em princípios como o respeito, a partilha, o altruismo, a empatia, a alteridade e a responsabilidade partilhada de construção de uma sociedade equitativa. A solidariedade será, ainda, entendida como um sentimento recíproco que permite a construção de laços fraternos e afetivos.

Remetendo-nos para a solidariedade no sistema familiar, destaca-se o princípio da convivência familiar, o princípio da afetividade, o princípio do melhor interesse da criança. Reforça-se a importância de as relações entre os membros de uma família se basearem no respeito e consideração mútuos, com especial atenção para os direitos das crianças também eles identificados na Convenção Internacional dos Direitos das Crianças.

De que forma cuido dos meus filhos? E de que forma me deixo cuidar por eles?

Respeito a opinião das crianças? Dar voz às crianças será retirar poder aos adultos? A participação das crianças nos assuntos familiares (que implicam as próprias crianças) poderá contribuir para que a criança se sinta estimulada a participar e a exercer a sua cidadania e a asseguras os seus direitos?

Identifica-se a responsabilidade dos pais e/ou outros cuidadores protegerem, respeitarem, cuidarem e educarem as crianças. Identifica-se a obrigação do Estado proteger a criança e de colaborar com as famílias – e aqui salvaguardamos as diferentes configurações familiares -, ajudando-as a exercer essa responsabilidade. Nesse sentido, deve o Estado através dos diversos projetos sociais e do sistema de saúde – em particular a saúde mental – encontrar respostas para que de forma justa e verdadeiramente solidária possa colaborar com as famílias no cuidado das crianças mas também no seu próprio autocuidado, na capacidade de se tornarem mais resilientes e de serem autoras do seu percurso.

Na Associação das Aldeias de Crianças SOS, através dos diferentes programas, procuramos promover o respeito pelos Direitos Humanos, favorecendo o fortalecimento das redes familiares, sociais e comunitárias e protegendo crianças e jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade, promovendo o seu desenvolvimento e autonomia que contribuem para a dignidade humana.

Todos juntos, temos a obrigação de assegurar um futuro onde todas as crianças crescem com amor, respeito e segurança!

As Aldeias de Crianças SOS são a maior organização do mundo a apoiar crianças e jovens em perigo ou em risco de perder o cuidado parental.
 

Acredite num mundo onde todas as crianças crescem em amor e segurança. 

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