Paquistão

“As inundações destruíram as

nossas casas e colheitas, mas não o nosso espírito”

Famílias lutam para reconstruir, meses após enchentes

sem precedentes no Paquistão.

“Lembro-me da chuva cair implacavelmente. Foi a primeira vez que vi algo assim. Fui para a cama, desejando que parasse em breve. Quando acordei, a minha casa estava inundada. A água estava a subir muito depressa.”

Abdul Samad é um pai e agricultor da província de Sindh no sudoeste do Paquistão. Quando as cheias atingiram o país em agosto do ano passado, destrui-o a sua casa e colheitas, acabando com a subsistência da sua família.

Mais de meio ano depois, Abdul, a sua família e comunidade continuam a enfrentar condições de vida terríveis, trabalhando muito para reconstruir a sua aldeia e as suas vidas.

As cheias do Paquistão em 2022, onde as chuvas de monsão sem precedentes deixaram um terço do país debaixo de água, afetaram mais de 33 milhões de pessoas e deslocaram perto de oito milhões, segundo as Nações Unidas.

Uma das principais dificuldades que as vítimas das cheias enfrentam é a perda das suas casas, diz Saad Afzal das Aldeias de Crianças SOS do Paquistão que trabalha diretamente com as famílias afetadas. “Para muitos, reconstruir e substituir os seus pertences pode ser um processo longo e duro, necessitando de materiais que muitos simplesmente não têm”, diz Saad.

Através da resposta de emergência, as Aldeias de Crianças SOS no Paquistão providenciaram às famílias mais de 700 kits de abrigo, que incluem tendas, cobertores, xailes, sapatos e lâmpadas solares.

Adicionalmente, foram entregues mais de 10,000 pacotes de comida seca, tal como milhares de kits de higiene e centenas de kits médicos.

Segmentado a famílias até com 10 membros, as Aldeias de Crianças SOS chegaram a 110,00 indivíduos impactados pelas cheias nas províncias de Singh e Balochistão.

Falta de àgua segura para consumo

“As cheias chegaram muito depressa, não tivemos tempo de recolher os nossos pertences”, diz Abdul Basit, 70, de Balochistão. “Escapamos com vida, mas agora enfrentamos um novo desafio: a falta de água potável.”

“As nossas crianças ficam doentes por causa da água contaminada. Sentimo-nos impotentes e não sabemos para onde nos virar”

Aslam, outro pai do Balochistão, segurando a sua filha Gul Amir

Temos receio de beber água do rio, mas não temos outra escolha (...).“Estamos constantemente preocupados em ficar doentes.”

Akram Khan de 10 anos

O impacto psicológico causado pelas cheias nas vítimas é outra luta. “O trauma de perder a nossa casa, pertences e subsistência pode ser difícil de superar, e muitas das vítimas das cheias sofrem de depressão, ansiedade ou outra dificuldade psicológica”, diz Saad das Aldeias de Crianças SOS do Paquistão. “As crianças são particularmente suscetíveis a estas dificuldades, romper as suas rotinas, perder as suas casas e pertences pode ser extremamente traumático.”

As equipas as Aldeias de Crianças SOS organizam atividades recreativas, que ajudam as crianças afetadas pelas cheias a relaxar e descomprimir. As atividades providenciam uma pausa muito necessária e permitem as pessoas se envolverem em algo positivo. O apoio psicológico serve como lembrete que a saúde mental das pessoas é tão importante como a sua saúde física.

“Apesar de tudo, aprendemos a ser resilientes”, diz Abdul Samad, o agricultor. “Aprendemos a unirmo-nos como comunidade e apoiar uns aos outros”. Acrescenta ainda, que são muito agradecidos pelas pequenas coisas na vida, como uma refeição quente ou copo de água limpa.

“As cheias podem ter destruído as nossas casas e colheitas, mas não destruíram o nosso espirito”.

As Aldeias de Crianças SOS são a maior organização do mundo a apoiar crianças e jovens em perigo ou em risco de perder o cuidado parental.
 

Acredite num mundo onde todas as crianças crescem em amor e segurança. 

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