Olá, o meu nome é Joana e faço parte desta grande equipa desde novembro de 2019. Integrei o Departamento Nacional de Programas para desenvolver o Projeto PORTA – Promover Oportunidades de Reintegração e Transição para a Autonomia, que terminará no final deste mês. Manterei as minhas funções na área da Autonomia e Participação Juvenil, nos Programas de Proteção.

Sou formada em Serviço Social e Psicologia Comunitária. Recordo-me de aprender na universidade a importância da disposição do gabinete, desde a posição da secretária, do copo das canetas, das cadeiras até à reflexão sobre como manter a porta aberta ou fechada durante um atendimento social.

Desde o início da minha intervenção, enquanto trabalhadora e assistente social, nunca encaixei bem esta visão. Tenho desenvolvido o meu trabalho indo ao encontro de quem precisa de apoio. Acredito numa intervenção centrada na pessoa, focada na sua voz, na sua participação, na sua legitimidade, nas suas necessidades específicas, na sua vontade, mesmo quando essa não vai de encontro ao que eventualmente eu preferiria para ela. Isto só é possível com base na relação: numa relação de proximidade e de confiança.

A intervenção nas Aldeias de Crianças SOS privilegia o espaço seguro para criar relação, para ouvir, para apoiar o processo de construção da autonomia e inserção social das crianças e jovens enquanto cidadãs e cidadãos conscientes e ativos. Promove acima de tudo, que sejam as próprias crianças e jovens os principais autores dos seus projetos de vida, do seu caminho.

Quando me perguntam o que mais gosto no meu trabalho, a minha resposta é imediata: a relação. A relação permite-nos, entre muitas outras coisas, dar voz às crianças e jovens que, em algum momento, nos estão confiados, às famílias, às equipas, e permite-nos que, em equipa, possamos encontrar novas estratégias e recursos para fazer face às necessidades identificadas.

Se o processo é simples e rápido? Não, de todo. Cada criança e jovem, cada adulto, tem a sua história, o seu percurso, o seu sistema de crenças, as suas qualidades, as suas limitações. Tal como o Sistema. Acima de tudo é necessário humildade e empatia para aprendermos e crescermos uns com os outros.

 

A qualidade das nossas relações é o que determina a qualidade das nossas vidas e o vínculo, bem como as conexões que estabelecemos com os outros dá-nos um sentido de vida e um senso de felicidade e bem-estar maior do que qualquer outra experiência humana.

Esther Perel