Em Kaolack, uma cidade no centro do Senegal, Khadi* de 10 anos de idade está a jogar alamber - um jogo comum no Senegalde - com a sua irmã Awa, enquanto esperam que a sua outra irmã, Salimata, se junte a eles para que possam ir juntos para a daara, um lugar onde a maioria das crianças estuda o Alcorão e árabe durante as férias escolares.  

 

Como todos os anos, durante a estação das chuvas, grandes poças de água e lama surgem fora e dentro da casa da família de Khadi*, onde vive com a sua mãe, pai e irmã mais velha. Latas, baldes, pneus descartados e lixo fazem do bairro um local de reprodução ideal para os mosquitos. É um ambiente de vida duro. No entanto, é a isto que chamam casa e onde passaram a maior parte do tempo quando o Senegal declarou estado de emergência entre Maio e Junho.  

"Eu quero ser médico", diz Awa. "Quero ser um funcionário público", diz Salimata. "Não sei o que quero fazer", diz Khadi.

 

Embora os seus sonhos possam ser diferentes, as três irmãs anseiam que tudo volte ao normal. Voltar à escola e não ter mais aulas pela rádio que nem sempre se conseguem perceber. Poder fazer perguntas aos professores quando não percebem a matéria. Poder estar com os amigos e deixar a ansiedade para trás. 

 

À medida que o mês de Setembro se aproxima, é possível que a escola reabra progressivamente. No entanto, como o número de casos de coronavírus continua a aumentar no Senegal, com as escolas abertas apenas para exames, nada é certo. 

 

*Nome alterado para proteger a privacidade da criança