Outro princípio fundamental da atuação das Aldeias de Crianças SOS é a abordagem colaborativa com as famílias de origem das crianças e jovens, cuja manutenção da relação é um direito fundamental, sempre que no seu superior interesse. Às crianças e jovens, quando acolhidos, é definido um projeto de vida pelo conjunto das equipas que o acompanham, com os próprios e as suas famílias, que pode passar pela reintegração familiar (havendo uma intervenção paralela com a família de origem para sanar os fatores de risco), pela adoção ou apadrinhamento civil, ou pela permanência no acolhimento até à vida independente.
Torna-se assim evidente a responsabilidade que requer este trabalho nas Aldeias de Crianças SOS, que integra uma vivência em acolhimento reparadora de cariz familiar com a dinamização ágil dos projetos de vida das crianças que lhe garantam o seu superior interesse.
É por todas estas características de cuidado que este modelo diferenciador das Aldeias de Crianças SOS se torna particularmente direcionado para responder às necessidades de cuidado de irmãos - que poderiam de outra forma ter que ser separados -, para crianças com necessidades psicossociais específicas - às quais um ambiente de cariz familiar normalizador se torne particularmente reparador -, bem como para as crianças que se preveja a necessidade de acolhimento até à vida independente. Como tal, este cuidado de cariz familiar das Aldeias de Crianças SOS acrescenta um evidente valor diferenciado e assume um papel importantíssimo nas opções de cuidado alternativo do sistema de promoção e proteção português.
Em suma, o cuidado prestado por este modelo de cariz familiar combina elementos de cuidado profissional com elementos de vivência familiar, com ligações reparadoras genuínas e duradouras. Crianças com diferentes necessidades são apoiadas de uma forma estruturada e intencional, enquanto tem a oportunidade de viver e crescer num ambiente que - nas suas características, dinâmicas e relações - se aproxima ao de uma família.