Como a prevenção salvou a Aldeia SOS da Beira

Com as notícias da aproximação do ciclone Idai à cidade costeira da Beira, a equipa da Aldeia SOS começou a preparar-se de forma a que as crianças e os seus colaboradores estivessem protegidos da melhor forma. À medida que o ciclone se aproximava da cidade costeira da Beira, os colaboradores e as crianças das Aldeias SOS abrigaram-se em áreas identificadas como seguras nas suas casas, equipadas com água, tochas e os outros objectos para emergências.

Durante a longa noite em que o Idai varreu a cidade da Beira em março, as crianças da Aldeia SOS estiverem seguras e as casas onde habitam sofreram apenas danos ligeiros. A boa construção das casas e a preparação preventiva dos colaboradores para estes casos de emergência ajudaram a que os danos sofridos fossem os menores possíveis.

 

Uma das chaves para esta preparação foi a participação de toda a equipa da Aldeia SOS da Beira num programa de preparação para casos de emergência desenvolvido pela Organização, de forma a estarem preparados da melhor forma para este tipo de situações.

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“Os colaboradores e as crianças estavam muito bem preparados” conta-nos Baptista Boa, diretor da Aldeias SOS da Beira.  “Assim que soubemos que um ciclone iria atingir a Beira, preparamos simulações com as crianças e os colaboradores na Aldeia SOS. Foram identificados locais seguros onde as pessoas deviam ficar e guardar mantimentos. Através da formação que recebemos, tínhamos já guardado alimentos, cuidados de primeiros socorros e outros bens essenciais nos nossos armazéns.”

“Isto relevou-se muito importante, uma vez que, depois do ciclone que atingiu a Beira, não havia fornecimento de alimentos, água e medicamentos”, explica Baptista Boa.

Esta preparação também contribuiu para diminuir o impacto traumático da tempestade junto dos colaboradores e das crianças.

“A Aldeia SOS da Beira foi uma das Aldeias SOS onde foi implementado este Programa de Preparação para emergências” diz Teresa Ngigi, que faz parte da equipa de Resposta de Emergência enviada para a Beira depois da tempestade.

“Quando o ciclone nos atingiu, todas as crianças estavam juntas com as Mães SOS”, conta-nos Teresa.  “As crianças sentiram-se protegidas. Isto foi uma medida bastante eficaz na prevenção de stress ou trauma.”

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Baptista Boa descreve ainda o trabalho realizado pelas Aldeias de Crianças SOS Moçambique em parceria com a Agência Nacional de Catástrofes de Moçambique e outras Organizações, como a Corporação de Bombeiros local e a Cruz Vermelha, como forma integrante do Programa de Preparação para Emergências.

 “A preparação para emergências tem que ser constante”, diz Baptista Boa. “Temos treinos mensais para recapitular a formação. Quando temos o treino mas não praticamos, acabamos por esquecer o que fazer nestas situações” diz Baptista em visita à Aldeia SOS de Tete, outra cidade afectada pelo Idai, quando a tempestade atingiu a Beira. “Com o Idai, todos fomos obrigados a aplicar aquilo que aprendemos.”
 

Sobre o Programa de Preparação para Emergências (E-Prep)

O Programa de Preparação para Emergências (Programa E-Prep) começou em 2017 com o apoio da Allianz, parceira de longa data das Aldeias de Crianças SOS. O programa centra-se em estudos de risco e vulnerabilidade, providenciando formação e treino a colaboradores das Aldeias SOS.

Inicialmente, o Programa decorreu em países: Moçambique, Bangladesh, Equador, Nicarágua, Niger, Somália, Sudão do Sul e Ucrânia. Desde então o Programa tem sido estendido a outros países e programas onde as Aldeias de Crianças SOS atuam. 


Sobre as Equipas de Emergência em Moçambique

A maior preocupação das equipas das Aldeias de Crianças SOS no terreno neste momento são as famílias apoiadas pelo Programa de Fortalecimento Familiar, uma vez que muitas delas ficaram sem as suas casas. Neste momento, as Aldeias de Crianças SOS estão no terreno a acompanhar cerca de 700 famílias e mais de 4000 crianças.