Futuro incerto para as crianças na Ucrânia

Aldeias de Crianças SOS proporcionam às crianças em regiões devastadas pela guerra cuidados de qualidade ​

Em Stanitsa Luganska, vive-se na incerteza e no desespero. Já se passaram cinco anos desde que o conflito devastou esta área rural no leste da Ucrânia. 

"Até 2014, éramos o pequeno bairro tranquilo da grande capital regional Lugansk", diz Kateryna Profatilova, coordenadora de programa nas Aldeias de Crianças SOS em Stanitsa Luganska. A maioria das pessoas levava uma vida simples, lembra ela. Os pais trabalhavam, as crianças iam à escola. Se era necessário algo mais, Lugansk ficava a apenas 16 km de distância.

campo refugiados lesbos grecia

Neste momento, Stanitsa Luganska está apenas ligada a Lugansk por um único ponto de passagem que está a centenas de metros fora da cidade. Por ser o úncio ponto de acesso, filas de pessoas crescem para entrar na área controlada pelo governo ucraniano, para conseguirem ir comprar medicamentos e mantimentos.  

Muitos serviços públicos foram interrompidos pela guerra e alguns, como os serviços de autocarro, ainda não podem restabelecidos. 

"Tudo para todos ainda é difícil de conseguir", diz Kateryna. As pessoas têm de viajar centenas de quilómetros para conseguir acesso a serviços de saúde, pro exemplo. Não é raro mulheres grávidas programarem cesarianas muito antes das datas previstas, de forma a evitarem estar em viagem durante horas enquanto estão em trabalho de parto.

As crianças de Stanitsa Luganska 

"Antes da guerra, as crianças costumavam ir sozinhas às aulas de música ou jogar futebol em Lugansk", conta Kateryna. "Hoje, as crianças não têm para onde ir a não ser para as atividades que organizamos no nosso centro (Aldeias de Crianças SOS)." 

As Aldeias de Crianças SOS oferecem atividades criativas e educativas para crianças e jovens e serviços de aconselhamento para pais. Em cooperação com organizações parceiras, as Aldeias de Crianças SOS também fornecem ajuda humanitária. 

O serviço mais procurado é o aconselhamento psicológico. "Temos literalmente listas de pessoas à espera de aconselhamento", diz Irina Medvedeva, psicóloga das Aldeias de Crianças SOS. "O comportamento agressivo, a ansiedade e os problemas de fala continuam a ser as maiores dificuldades para as crianças. Se não forem abordadas, podem ter consequências devastadoras quando crescerem". 

O conflito, que já dura há 5 anos, teve um grande impacto na comunidade. O desemprego, as dificuldades de locomoção e a incerteza constante levam os pais à depressão. 

Em 2018, as Aldeias de Crianças SOS apoiaram 642 crianças de 329 famílias da zona de Stanitsa Luganska.